sexta-feira, 14 de julho de 2017

Ele disse

“Para esconder a mim mesmo e à minha riqueza – (...) 
Essa era a mentira da minha compaixão: (...) aprendi a engolir palavras.” 
Friedrich Nietzsche – Assim Falou Zaratustra, p. 183


“A linguagem é expressão do pensamento. Letras são roupas que revestem nossas ideias e são vistas quando vocalizamos ou escrevemos, como faço agora. Não existe exército mais forte que as nossas 26 letras. Quem acredita na imortalidade da alma, seja ela dentro do conhecimento ou da poesia que há em nós, pondera muito nos atos e nas... Palavras. Não se perdem. Mesmo a menor vírgula. O que fazemos ecoa para o sempre. Quem tem esta sensibilidade, sente este saber e o poder que vibra em cada partícula que forma a mensagem. Toda palavra que emitimos tem valor e importância. Aquele que carrega em si as tempestades deve ter a responsabilidade sobre seus raios. Para além de iluminar a escuridão, a luz também queima para o bem ou para o mal. Toda palavra que emitimos é o som do que somos.”

Eu não podendo dizer nada, apenas lia o livro “Autoficção de sete reais”. O silêncio de quem carrega tantas profundezas indizíveis, centenas de camadas de transparências reunidas que torna turva a visão impossível do fundo da superfície das águas que me constituem depois do encontro de dois rios, umas duas vidas passadas antes da civilização ocidental, segundo uma mística graduada numa escola que nunca iniciei, e para o espanto dela e de qualquer um, uma vida durante o Renascimento. Fora as vidas passadas, que devido a capa juvenil e bonita ninguém consegue imaginar mesmo que eu contasse todas as fábulas do mundo, dentro da minha própria vida atual. Por bondade, a luz não se manifesta para não cegar o coração. 





 

Nenhum comentário:

Postar um comentário